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GESTÃO DO RELACIONAMENTO

28 de Outubro de 2020


Um belo dia recebi um convite de um empresário para tomar café e conhecer mais sobre seu negócio. Chegando lá observei a elegância do seu imóvel, no estacionamento bons veículos pertencentes aos seus colaboradores, pessoas muito bem vestidas e de um cumprimento quase inglês. O, ainda jovem empreendedor, inicia a explanação sobre sua trajetória regada a lutas, sofrimentos, muita diligência, abnegação, tempos difíceis que ao analisar justificavam com clareza tudo o que meus olhos podiam contemplar naquele lugar. Deixei ele falar. A história de fato era muito empolgante quase me via numa tela de cinema. Mas, a medida que ele contava, somente uma pergunta me passava na cabeça, e qual será o problema dele? Em alguns momentos, seus olhos marejavam dada tamanha emoção e orgulho de si, até que ele disse: - Construí tudo isso, forneço a melhor estrutura para minha equipe, incentivo com os melhores benefícios, pago bons salários e... tenho uma empresa fria, gente que mal se cumprimenta, que entram na minha sala apenas para detonar uns aos outros, que estão focados nas falhas da empresa e que ocupam seu tempo em picuinhas ao invés de produzir inovação e crescimento. Qual o sentido de ter construído tudo isso? Um dia vou embora quem vai dar continuidade ao meu legado? Nessa hora, confesso que engoli seco, pois a emoção dele também me tomava. Por mais incrível que pareça, isso é mais comum do que parece. Empresas com tanto potencial de crescimento presas a dificuldades internas, tão sutis, mas reais, o que chamamos de “guerras silenciosas”, todos sabem que ela está lá, mas ninguém comenta. E daí, chegamos ao tema dessa matéria, Gestão do Relacionamento. Esse sim, deve ser um dos maiores investimentos que deve constar nos orçamentos empresariais daqui pra frente. A instabilidade emocional, a falta de maturidade, a volatilidade das pessoas está desestruturando organizações com alto potencial para avançar no mercado. Não vamos aqui, entra no mérito dos responsáveis, mas nossa intenção é alertar empresários para esse câncer vivido, e muitas vezes ignorado, dentro das empresas que tem dificultado as empresas de prosperar. Gestão do Relacionamento, tem a ver com o indivíduo em primeiro lugar se autodesenvolver, promover em si ruptura, rasgar a alma e enfrentar seus monstros. E como isso acontece? Através da experência de se permitir conhecer o novo. O novo em informação, o novo em escutar outras experiências, o novo em ler, o novo em refletir. Autoconhecimento é uma busca incessante para encontrar cada lacuna em si, e preencher com decisões e comportamentos assertivos a fim de promover um novo futuro. Dessa forma, somente após esse mergulhar, cada um de nós estará habilitado a se colocar no lugar do outro e viver a empatia de maneira genuína. Para que? Para transformar lugares, famílias, empresas. Para gerar crescimento de maneira mútua. Para olhar para o outro não como inimigo ou rival, mas como alguém que precisa de mim e de você para vivenciar a trajetória dolorosa da maturidade. Relaciona-se consigo para relacionar-se com o outro, esse é o caminho que nos leva a unidade. E o que as empresas têm a ver com isso? Tudo, pois as estruturas que a sustentam nunca foram paredes, e sim almas.

Autor: INGRID PEREIRA